Nota de Desagravo às Famílias da Educação Infantil do CAp UFRJ

12 Mar

Segue Nota de desagravo às famílias da Educação Infantil do CAp UFRJ elaborada pela APACAp em virtude da carta lida pela professora Alice Coutinho no último ConDir, de 07/03/2023. A nota que segue foi enviada à Direção Geral e às Direções Adjuntas de Ensino na última sexta-feira, dia 10/03/2023:

Nota de desagravo às famílias da Educação Infantil

No último Conselho Diretor – Condir, realizado em 07/03/2023, a professora efetiva do Colégio de Aplicação da UFRJ, Alice Coutinho, leu uma carta em que traçou um histórico da Educação Infantil dentro da UFRJ, desde quando era uma creche para funcionários, passando a ser a Escola de Educação Infantil da UFRJ, pela integração ao Colégio de Aplicação da UFRJ até a recomendação da UFRJ, através do ETU, pela não utilização do prédio localizado na Ilha do Fundão por motivos de segurança.

Contudo, foi exposta a seguinte passagem constante na carta lida:

“(…) Diante do exposto, consideramos injusto querer colocar todo o peso de anos de história de sucateamento em uma gestão que não mediu esforços em garantir o funcionamento da sede (Fundão), seguiu denunciando, cuidando e alertando como nas gestões anteriores a situação do prédio da Educação Infantil. Esperamos que ao conhecer a história para que possamos nos unir para denunciar a invisibilidade do Colégio de Aplicação na UFRJ, em especial da Educação Infantil. Gostaríamos também de deixar registrado que o grupo ficamos muito perplexos com a forma como as famílias colocaram e como não pareciam entender o trabalho da educação infantil, que deveríamos dar aula em qualquer lugar e de qualquer forma. A luta das famílias pelo atendimento dos seus filhos é legítima e justa, mas a maneira áspera com que as acusações vêm sendo dirigidas ao CAp, em especial a direção geral e a direção de ensino da sede Fundão nos parece irresponsáveis frente a história da sede Fundão, dentro da estrutura universidade. As famílias precisam ter clareza que ofender e desrespeitar a gestão afeta cada um de nós diálogo precisa ser pautado com respeito que a nossa junta é conjunta pela educação básica pública, gratuita e de qualidade na universidade. Por fim, é preciso destacar que episódios de discórdia e insatisfação que extrapolam os limites da democracia acabam provocando outro efeito devastador que a gente conhece bem, que é ninguém querer ocupar esse espaço de representação e coordenação”.

A APACAp vem por meio desta nota lembrar que as famílias da Educação Infantil, que já passaram e as atuais, são parte essencial na história da Educação Infantil na UFRJ, incluindo o EEI e o CAp, e não podem ser ignoradas como foram na carta lida. A citar algumas ocasiões como exemplo:

– Foram famílias da Educação Infantil, da época do EEI, que ocuparam o Consuni com seus filhos para pressionar a UFRJ pela integração ao Colégio de Aplicação;

– Foram famílias da Educação Infantil que arrecadaram dinheiro e foram comprar tatames na época que o piso das salas do prédio da Educação Infantil no Fundão estufou, no ano de 2018;

– As famílias se cotizaram em diversas oportunidades para comprar produtos de higiene, remédios, brinquedos, material para projetos de professores e até botijão de gás para que a escola permanecesse funcionando;

– Foram as famílias, representadas pela APACAp, que fizeram um dossiê de fotos denunciando a situação gravíssima da sede Fundão e foram as mesmas famílias que exigiram um laudo elaborado pela UFRJ de que a escola tinha condições mínimas de segurança para seus filhos, laudo que fora elaborado em setembro do ano de 2022;

– Foram as famílias que conseguiram dar visibilidade às condições do prédio da Educação Infantil da sede Fundão junto à imprensa, cobrando providências da UFRJ;

– Foram famílias que, em reunião com a presença do chefe de gabinete da Reitoria da UFRJ, denunciaram a invisibilidade do Colégio de Aplicação, principalmente a Educação Infantil, junto à UFRJ.

Como dito pela professora Alice Coutinho, é preciso “conhecer a história para que possamos nos unir para denunciar a invisibilidade do Colégio de Aplicação na UFRJ, em especial da Educação Infantil”, então é preciso sermos justos com a maioria das famílias que sempre estiveram dispostas ao lado do Colégio de Aplicação da UFRJ para defendê-lo, seja ajudando, seja denunciando, seja cobrando dos responsáveis pela prestação do serviço público de educar crianças com ensino público, gratuito e de qualidade.

Ademais, a APACAp, enquanto coletividade, representa as famílias de alunos de todo o Colégio de Aplicação da UFRJ, sendo composta por seis responsáveis voluntários com gestão anual estipulada em seu estatuto, contudo a APACAp não é responsável por atos individuais de responsáveis que extrapolam a urbanidade e o diálogo.

Assim, entendemos que, ao generalizar que atos desrespeitosos de algumas famílias, a carta lida no ConDir foi injusta às famílias que buscam o melhor para seus filhos indagando e cobrando o CAp da UFRJ, prestador de serviço público, de maneira urbana e adequada. Há caminhos outros, que não a generalização de centenas de responsáveis, que podem ser utilizados pela Direção Geral e pela Direção Adjunta de Ensino se assim julgarem adequados.

A APACAp reconhece que a indignação exposta pela carta devido a atos desrespeitosos é legítima, mas se admira que não tenha sido expressa na mesma intensidade quando o prédio do Fundão, literalmente, caía aos pedaços, por exemplo. Nesses momentos, o ConDir presenciava somente a indignação por parte da APACAp.

Esperamos que o CAp da UFRJ, que ora clama por união, seja transparente com todas as famílias, chame as famílias para dentro do colégio e as trate com o respeito e a dignidade que merecem. Entendemos que a inflexão belicosa da carta também extrapola os limites da democracia e direciona para o silenciamento das famílias.

Lembramos ainda que os representantes de turma do CAp são uma ponte entre as famílias e o CAp e com a APACAp, ou seja, não são representantes DA APACAp, mas representantes das turmas NA APACAp que, como já dito, possui corpo próprio de 6 membros voluntários, conforme estipulado em seu estatuto.

Ainda, as famílias que comparecem ao Condir vão pelo direito legal de comparecer a um colegiado público, falando quando autorizadas pelo colegiado ali presente.

Por fim, ratificamos que a APACAp  tem como missão “criar as condições para que os pais e responsáveis exerçam efetivamente o seu poder-dever de participação ativa na vida da escola e trabalhar em prol da melhoria contínua do CAp UFRJ e do ensino público de qualidade”, e assim continuaremos, mesmo que digam que estamos sempre contra o colégio, mesmo que generalizem que as famílias são desrespeitosas.

Atenciosamente,

Associação de pais, alunos e amigos do CAp UFRJ – APACAp (gestão 2022/2023)

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